MATANÇA
Apenas na atual gestão, foram registrados 631 assassinatos; em novembro, polícia já contou 16 mortes violentas
Com poucos programas sociais em andamento e escassas ações voltadas para o esporte, além de quase nenhum investimento das autoridades municipais e de outras esferas de poder nas áreas de segurança pública e no combate às desigualdades existentes entre as parcelas mais ricas e mais pobres, o município de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, detentor da segunda economia do Estado e com uma arrecadação que, em 2012, deve ultrapassar R$ 1,4 bilhão, conforme previsão da própria prefeitura, já registrou, em menos de três anos, período que coincide com a gestão da prefeita Maria do Carmo Lara (PT), 631 homicídios.
Essa quantidade de assassinatos deixa a população alarmada e, de certa forma, com poucas esperanças em um futuro melhor. O drama vivido por uma moradora do bairro Jardim Teresópolis que, após ter um filho de 19 anos assassinado em dezembro do ano passado, voltou a sofrer com a violência ao perder um sobrinho na semana passada, é um triste retrato dessa realidade. A dona de casa, que pediu para não ter seu nome divulgado, reclama muito da falta de perspectivas de paz na cidade que escolheu para morar. "Quando o atual governo assumiu a prefeitura, o lema colocado por ele era saúde e paz. O que vemos agora é justamente o contrário. Não temos médicos para garantir saúde para nossa gente e, pior, a violência está crescendo a cada dia. Não passa um dia sequer sem que tenhamos notícias de um crime violento na cidade. É lamentável. Vivi e vivo essa realidade bem de perto, infelizmente", disse.
O mês de outubro registrou recordes em assassinatos no ano. Ao todo, de acordo com levantamento realizado pela Polícia Civil, 23 pessoas foram mortas. O número, conforme a própria polícia trabalha, pode ser ainda maior, pois os óbitos ocorridos nos leitos do Hospital Regional da cidade não são contabilizados nos relatórios emitidos pelas autoridades policiais.
Dos crimes ocorridos no mês passado (43,75% maior do que no mesmo período de 2010), 91% deles foram cometidos com ajuda de arma de fogo. A maioria esmagadora das vítimas é formada por homens (95,5%) e as regiões mais violentas são a Central (25,25%), Alterosas e Teresópolis (22,25%, cada), seguida de Citrolândia (18%).
Já em novembro, a tendência é de aumento no número de homicídios. Até ontem, Betim já tinha registrado 16 assassinatos. "A promessa de devolver a tranquilidade para a cidade ficou para trás", completou a dona de casa.
A prefeitura afirmou que investe em ações sociais para coibir a violência.
16 Homicídios ocorridos até o dia 19 de novembro
212 homicídios registrados em 2011
631 número de mortes violentas na atual gestão
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