NOTÍCIA DO DIA
Dois soldados foram presos suspeitos de matar rapaz de 22 anos; corporação nega que há grupos de extermínio em BH
Três
dias depois de assumirem a função de policial militar, dois soldados
foram presos ontem, em flagrante, pela execução de um jovem de 22 anos,
com três tiros na cabeça, no bairro Ermelinda, na região Noroeste de
Belo Horizonte. Lotados na 39ª Companhia do 18º Batalhão, em Contagem,
na região metropolitana, os suspeitos, ambos de 21 anos, estavam de
folga. Momentos antes do crime, eles teriam se desentendido com a vítima
em um bar.
A corporação nega a existência de grupos de extermínio liderados por militares, uma vez que, desde janeiro, foram três casos de assassinatos envolvendo PMs apenas na capital. Os dois policiais, que não tiveram os nomes revelados, estão detidos no batalhão em que são lotados.
O desempregado Luiz Gonçalves de Almeida Lima foi executado com tiros de pistola .40, à queima roupa, em um beco próximo à praça Alziro Zarur, no fim da madrugada. Testemunhas anotaram a placa do Fiesta usado pelos policiais no momento do crime. Ao saírem do beco, os soldados ainda bateram o carro em um poste. Vistoriado posteriormente, o veículo, que estava em nome do pai de um dos PMs, estava com um amassado na lateral.
No bar onde teria ocorrido o desentendimento, também no bairro Ermelinda, funcionários afirmaram não ter percebido nenhuma discussão, mas, segundo uma fonte da Polícia Civil, existe a suspeita de que Lima teria saído do bar no veículo dos policiais por causa da suposta briga. A informação ainda está sendo investigada.
A mesma fonte da Polícia Civil disse que o jovem não tinha passagem pela polícia, mas teria se mudado recentemente de Venda Nova para o bairro Aparecida, também na região Noroeste, após sofrer ameaças de traficantes. A família do rapaz nega que ele tivesse algum envolvimento com crimes.
Um terceiro soldado que estava no bar bebendo com os policiais chegou a ser levado para a delegacia, mas foi liberado após provar que estava com a namorada em um motel na hora do crime.
O tenente-coronel Alberto Luiz Alves, chefe da assessoria de imprensa da PM, informou que o caso será investigado pela Polícia Civil, já que os dois policiais não estavam trabalhando na hora do crime. Porém, será aberta uma investigação administrativa para apurar se houve ou não envolvimento dos policiais no crime.
Questionado sobre a existência de grupos de extermínio envolvendo policiais, Alves explicou que não existe essa possibilidade em relação aos três casos registrados neste ano. "Essa questão de grupos de extermínio é impensável. Cada crime envolvendo policiais está sendo investigado. Todos foram em bairros diferentes e com motivações muito divergentes".
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Durval Ângelo (PT), não acredita na existência de grupos de extermínio agindo na capital. Ângelo ainda afirmou que a polícia tem trabalhado rápido para investigar esses crimes.
Outros casos
Aglomerado da Serra
Dois policiais militares estão presos desde fevereiro, acusados de envolvimento no assassinato de duas pessoas.
Bairro São Pedro
Em novembro, dois soldados do 22º Batalhão foram presos suspeitos de executar uma moradora de rua de 40 anos e balear outra pessoa.
A corporação nega a existência de grupos de extermínio liderados por militares, uma vez que, desde janeiro, foram três casos de assassinatos envolvendo PMs apenas na capital. Os dois policiais, que não tiveram os nomes revelados, estão detidos no batalhão em que são lotados.
O desempregado Luiz Gonçalves de Almeida Lima foi executado com tiros de pistola .40, à queima roupa, em um beco próximo à praça Alziro Zarur, no fim da madrugada. Testemunhas anotaram a placa do Fiesta usado pelos policiais no momento do crime. Ao saírem do beco, os soldados ainda bateram o carro em um poste. Vistoriado posteriormente, o veículo, que estava em nome do pai de um dos PMs, estava com um amassado na lateral.
No bar onde teria ocorrido o desentendimento, também no bairro Ermelinda, funcionários afirmaram não ter percebido nenhuma discussão, mas, segundo uma fonte da Polícia Civil, existe a suspeita de que Lima teria saído do bar no veículo dos policiais por causa da suposta briga. A informação ainda está sendo investigada.
A mesma fonte da Polícia Civil disse que o jovem não tinha passagem pela polícia, mas teria se mudado recentemente de Venda Nova para o bairro Aparecida, também na região Noroeste, após sofrer ameaças de traficantes. A família do rapaz nega que ele tivesse algum envolvimento com crimes.
Um terceiro soldado que estava no bar bebendo com os policiais chegou a ser levado para a delegacia, mas foi liberado após provar que estava com a namorada em um motel na hora do crime.
O tenente-coronel Alberto Luiz Alves, chefe da assessoria de imprensa da PM, informou que o caso será investigado pela Polícia Civil, já que os dois policiais não estavam trabalhando na hora do crime. Porém, será aberta uma investigação administrativa para apurar se houve ou não envolvimento dos policiais no crime.
Questionado sobre a existência de grupos de extermínio envolvendo policiais, Alves explicou que não existe essa possibilidade em relação aos três casos registrados neste ano. "Essa questão de grupos de extermínio é impensável. Cada crime envolvendo policiais está sendo investigado. Todos foram em bairros diferentes e com motivações muito divergentes".
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Durval Ângelo (PT), não acredita na existência de grupos de extermínio agindo na capital. Ângelo ainda afirmou que a polícia tem trabalhado rápido para investigar esses crimes.
Outros casos
Aglomerado da Serra
Dois policiais militares estão presos desde fevereiro, acusados de envolvimento no assassinato de duas pessoas.
Bairro São Pedro
Em novembro, dois soldados do 22º Batalhão foram presos suspeitos de executar uma moradora de rua de 40 anos e balear outra pessoa.
Crime seria ´erro de conduta´
O
presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros de Minas
(Aspra), o subtenente Raimundo Nonato Meneses Araújo, disse que o
envolvimento de soldados recém-formados em crimes está relacionado a
"erros de conduta", não sendo possível atribuir o problema a falhas no
curso de formação da PM. "O curso não pode prever se um policial vai
cometer uma transgressão ou não". Os suspeitos participaram da última
cerimônia de formatura da PM, juntamente com outros cerca de 3.000
militares. (JA)
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