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PREVISÃO DO TEMPO

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sindicância
Comissariado disse que vítima vivia na rua, mas família já foi encontrada
Publicado no Jornal OTEMPO em 29/09/2011



FOTO: DIVULGAÇÃO
Duelo. Evento de hip hop sob o viaduto Santa Tereza onde o adolescente teria sido apreendido
A morte de um adolescente de 17 anos nas dependências do Conselho Tutelar Centro-Sul, em Belo Horizonte, no último dia 3, é alvo de uma sindicância instaurada pela prefeitura da capital. A investigação, oficializada por meio de uma portaria publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), pretende descobrir as circunstâncias da morte do jovem, retirado de uma festa de rua onde outros menores estariam fazendo uso de bebida alcoólica e drogas. A Polícia Civil também abriu inquérito para investigar o caso.

Representantes das secretarias municipais de Governo, Políticas Sociais e da Adjunta de Assistência Social, além de membros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente integram a equipe que apura o fato.


A coordenadora do Comissariado da Vara da Infância e da Juventude, Ângela Muniz, confirmou a morte do jovem. Segundo ela, os comissários foram acionados pela Polícia Militar durante uma operação de rotina no duelo de MCs, evento de hip hop que reúne jovens embaixo do viaduto de Santa Tereza, no centro da capital, toda sexta-feira à noite.


Ainda de acordo com a coordenadora do comissariado, pelo menos 50 menores com sinais de consumo de bebida alcoólica e droga foram encontrados no evento. Desses, 15 tiveram os pais localizados e foram entregues aos responsáveis. Os outros, segundo ela, foram levados para o plantão do conselho. O jovem que morreu, segundo Ângela Muniz, não teve os pais encontrados. Ele seria um morador de rua ou de algum aglomerado da capital.

Ao chegarem ao bairro Floresta, região Centro-Sul, onde funciona o plantão do conselho tutelar, os integrantes do órgão teriam percebido que o jovem passava mal. O adolescente desmaiou e não houve tempo para atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Quando os médicos chegaram, o adolescente já havia morrido. Um exame do Instituto Médico Legal (IML) irá identificar as causas da morte.

A representante da Secretaria Municipal de Políticas Sociais, Carla Machado de Castro, informou que a família do menor já foi localizada. Os dados dos parentes, no entanto, estão sendo mantidos em sigilo.


O caso será investigado, segundo Carla, já que a morte ocorreu nas dependências do conselho tutelar. O procedimento padrão, de acordo com a representante da prefeitura, é acionar os pais dos jovens ainda no local do flagrante ou pedir a eles que procurem o juizado.


Porém, segundo a coordenadora do comissariado, levar jovens cujos pais não foram localizados para o conselho tutelar é um procedimento correto, realizado conforme determinação da Justiça.
Outros casos
Coma. No último dia 13 de agosto, um garoto de 16 anos entrou em coma alcoólico em uma festa de rua no bairro Minas Brasil, na região Noroeste da capital. Outros 19 menores, com idades entre 13 e 17 anos, foram levados ao Juizado da Infância e da Juventude. Alguns, segundo contou um comissário, "não conseguiam ficar de pé". Um dos organizadores da festa foi detido por atirar uma garrafa contra uma viatura da polícia.

Senta Firme. No bairro Maria Helena, em Venda Nova, 60 menores foram flagrados consumindo bebida alcoólica em uma festa no dia 7 de agosto. O flagrante foi feito por policiais que se infiltraram no local, após comprarem ingressos. Batizada de "Senta Firme", a festa era dedicada aos fãs de funk. No local, a polícia prendeu uma pessoa que carregava um papelote de cocaína. Buchas de maconha também foram encontradas no local.

Coisa Linda. Na Pampulha, também no dia 7 de agosto, a festa "Coisa Linda" para menores terminou em confusão. A polícia foi acionada após denúncia de que adolescentes estavam alcoolizados no evento. O dinheiro dos menores foi devolvido.
FOTO: joão godinho - 24.9.2011
No dia 18, uma adolescente morreu após uso de drogas em boate
Overdose
Testemunhas de morte em boate são ouvidas pela polícia
A Polícia Civil ouviu até agora seis testemunhas na investigação que apura a morte de uma adolescente de 17 anos, por overdose, no último dia 18, em uma boate de Contagem, na região metropolitana. Segundo a delegada Renata Lima, todos ouvidos disseram que o atendimento à jovem foi imediato.

No dia da morte, a denúncia era de que a preocupação prioritária dos seguranças teria sido retirar a menor da boate. Dentre os que prestaram depoimento, estão dois seguranças da Nitro Up Night. Também foram ouvidas a irmã da menor, de 12 anos, e uma amiga delas, de 17.


Outras seis pessoas ainda serão ouvidas, incluindo outros seguranças e os donos da boate e atendentes do Samu. "Nenhum dos dois seguranças é policial. Eles declararam que a vítima foi atendida do lado de fora do estabelecimento para evitar aglomeração de pessoas", afirmou a policial.


Reincidente. Em outro caso envolvendo menores, a fotógrafa Cristiane Reynaldo Ferreira, 36, indiciada em agosto pela Polícia Civil por promover festas com bebida alcoólica liberada para menores na capital, foi flagrada com jovens que estariam usando drogas e bebendo álcool na praça da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, no sábado passado.


Irritada, Cristiane ameaçou o também fotógrafo Leonardo Alvarenga Santos, 46, que fez o flagrante. (Joelmir Tavares)

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