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terça-feira, 16 de agosto de 2011


Nem câmeras de segurança evitam ação de criminosos

Sistema de monitoramento eletrônico é ignorado por assaltantes e especialistas atribuem ação à impunidade


Espalhadas por todos os lados, seja na porta de residências ou dentro de estabelecimentos comerciais, as câmeras de segurança são usadas por milhares de pessoas na tentativa de espantar os criminosos. Mas o equipamento eletrônico não tem colocado medo nos bandidos. Prova disso é que não são poucas as ocorrências de assaltos em locais equipados com o sistema de monitoramento. Para especialistas em segurança pública, a ousadia dos assaltantes está relacionada à sensação de impunidade.

Na opinião do especialista em segurança pública e secretário executivo do Instituto Minas pela Paz, sociólogo Luiz Flávio Sapori, os criminosos, no Brasil, têm baixo grau de certeza de punição. “É uma afronta, com o sentimento de que a polícia não vai investigar e que eles não vão parar na prisão”, avalia.


CÂMERA SEGURANÇA
Mesmo com a instalação de equipamentos de segurança, a casa lotérica de Maura de Oliveira, em Contagem, foi assaltada duas vezes neste ano (Foto: Luiz Costa)

Assim como os alarmes, grades e outras formas de proteção, as câmeras de vídeo funcionam como sistemas preventivos de arrombamentos, furtos, assaltos e outros crimes. Mas, o que chama a atenção no caso do equipamento eletrônico é que, apesar de possibilitar a identificação do autor, o equipamento não é respeitado. Muitas vezes, os criminosos sequer se preocupam em esconder o rosto.

Foi o que aconteceu em uma casa lotérica do Bairro Inconfidentes, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A loja foi assaltada duas vezes só neste ano. A proprietária do comércio, Maura Alves de Oliveira, de 45 anos, conta que nas duas situações, os criminosos, armados, entraram no local e limparam os caixas sem usar nada que pudesse disfarçar suas aparências. As câmeras de segurança registraram as ações dos assaltantes, que chegaram a ameaçar os funcionários do estabelecimento. A casa de apostas fica no mercado central do município, local de grande movimentação de pessoas.

“Um entrou de cara limpa, enquanto o ouro ficou do lado de fora. Eles sabem que qualquer lotérica hoje tem câmera de segurança, mas não se importam com isso. O Brasil é o país da impunidade, não tem lei para bandido. Assim, eles ficam a vontade para praticar os crimes, pois sabem que não serão presos. E se forem, vão ficar pouco tempo na cadeia”, desabafa Maura. Após os assaltos, ela colocou uma televisão de 29 polegadas na entrada da loja, mostrando tudo que é filmado.

Os olhos eletrônicos também não foram suficientes para intimidar um ladrão que agiu em um prédio comercial localizado na Rua Tupis, no Centro de Belo Horizonte. No dia 27 de julho, um travesti aproveitou a distração do porteiro e conseguiu passar pela recepção sem mostrar a carteira de identidade ou dizer a qual sala iria.

Logo na entrada do edifício é possível ver que o imóvel é monitorado por câmeras. Os equipamentos também estão por todos os corredores. Ainda sim, o assaltante tentou entrar em várias salas para furtar, sem ser intimidar com o monitoramento eletrônico.

No terceiro andar do prédio, em um escritório de advocacia, o criminoso conseguiu roubar um computador portátil de uma advogada, aproveitando que havia poucos funcionários, pois era horário de almoço. “O que me espantou foi a tranquilidade com que o ladrão agiu. Parece não ter se importado nem um pouco com o circuito interno”, afirma a advogada.

Segundo a vítima, que preferiu não se identificar, a explicação da aparente tranquilidade do bandido também tem a ver com a impunidade. Ele conta que as imagens foram levadas para a Polícia Civil e o travesti foi identificado.

Os policiais descobriram que ele tinha extensa ficha criminal, com mais de cinco passagens. Entre os crimes cometidos pelo acusado estão porte de arma, uso de drogas e assaltos. “Se ele tivesse recebido uma punição adequada, certamente não estaria nas ruas cometendo mais crimes. Se continua nas ruas, mostra que está desafiando a lei e que não acredita nela”, opina a advogada.

Polícia defende aparelho

Apesar de em muitos casos os bandidos ignorarem a presença das câmeras, deixando a sociedade com a sensação de que o equipamento é inútil na prevenção de crimes, na avaliação do delegado chefe do Departamento de Investigações de Crimes contra o Patrimônio, Islande Batista, os aparelhos são eficientes. O policial afirma que, sem eles, a facilidade para cometer assaltos e furtos seria maior. Islande explica que vários bandidos, após serem presos, afirmam em depoimento que escolheram determinado local pela inexistência do monitoramento eletrônico.

“Na prática, as câmeras são iguais aos alarmes de carro. Se um bandido vê um automóvel que tem, e outro que não, ele vai preferir o mais fácil. Agora, certamente, não é um equipamento de segurança que vai impedir o autor se ele estiver determinado a cometer o crime”.

O delegado também concorda que há sensação de impunidade entre os criminosos. Os crimes são praticados, em boa parte, por reincidentes. “As pessoas ficam mais ousadas quando percebem que as punições não são aplicadas. Maior parte dos presos que pratica assalto, furtos e arrombamentos tem de seis a sete passagens pela polícia. Existem casos em que o criminoso desce da moto e tira o capacete. Isso representa bem a ousadia deles”.

Islande também critica as mudanças no Código Penal . “Se alguém é preso com uma arma, crime com punição inferior a quatro anos de prisão, esta pessoa não ficará detida, podendo ser liberada com fiança. Significa que um criminoso, um potencial assaltante, anda tranquilo pelas ruas, pois sabe que a lei é branda”, critica.

As câmeras de segurança, segundo ele, ajudam no trabalho de investigação da polícia. Ele lembra o caso do maior golpe de saidinha de banco aplicado em Minas, quando criminosos levaram R$ 820 mil de um funcionário do Instituto Mineiro de Desenvolvimento (IMDC). O crime foi em setembro do ano passado, na Região Centro-Sul de BH. O rapaz que trazia o malote com a quantia foi abordado por um homem armado quando entrava no prédio da empresa. Toda a ação foi gravada e posteriormente encaminhada à polícia. Dias depois, o autor do roubo e seus cúmplices foram presos.

“Pegamos os bandidos e a tesoureira do banco que passou as informações aos criminosos. O equipamento não impediu a ação, mas nos ajudou a dar uma resposta à sociedade”.

Olho Vivo reduziu até 50% dos crimes

Ao contrário das câmeras de vigilância instaladas em residências e estabelecimentos comerciais, os equipamentos do programa Olho Vivo, instalado em parte de Belo Horizonte e algumas grandes cidades do interior de Minas, ajudam a coibir os crimes. A explicação é que o último sistema é monitorado em tempo integral por policiais militares, que agem em casos de atitudes suspeitas. Já as imagens registradas em casas e lojas só têm utilidade para posterior reconhecimento de quem cometeu o crime.

OLHO VIVO
A PM monitora as imagens geradas por câmeras do Olho Vivo instaladas em Belo Horizonte e cidades do interior (Foto: Lucas Prates)

De acordo com o assessor de comunicação da Polícia Militar, capitão Gedir Rocha, as lentes do Olho Vivo conseguiram reduzir entre 40% e 50% dos crimes em BH. As câmeras foram montadas no Centro, Savassi, Barro Preto, Padre Eustáquio, Caiçara, Alípio de Melo e nos arredores da Pedreira Prado Lopes e Mineirão. “As câmeras estão espalhadas em pontos estratégicos pela cidade e são fundamentais para o nosso trabalho de prevenção. A ideia inicial é evitar que o crime aconteça. Mas as imagens também são fundamentais para a identificação de suspeitos”.

No dia 29 de julho, o monitoramente feito pela PM possibilitou a prisão de quatro homens e a apreensão de um menor que tentavam arrombar uma loja da Magazine Luiza, na Avenida Abílio Machado, Região Noroeste de Belo Horizonte. Uma viatura foi acionada e conseguiu impedir a ação criminosa.

O delegado Islande Batista ressalta que apesar de não impedir o bandido de cometer o delito, as câmeras devem ser usadas por quem tem condições de arcar com os custos. “A polícia não consegue estar em todos os lugares e proteger a população como deveria. Então, boas imagens registradas pelos equipamentos podem ser muito úteis”, ressalta.

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