BLOG DO POPEYE

NOTÍCIA DO DIA

Pedreiro mata a mulher com 6 tiros

Crime, que teria sido motivado por ciúme, foi presenciado pelo filho de 5 anos do casal; assassino fugiu a pé

KARINA ALVES

falesuper@supernoticia.com.br

FOTO: CHARLES SILVA DUARTE

Envolvida em um relacionamento marcado por ciúme e violência, a empregada doméstica Stefânia Alves da Silva, de 28 anos, passou o último dia de sua vida se dedicando ao trabalho, aos dois filhos e a orações. O pedreiro José Salvador Pereira, de 50, marido da vítima, a teria matado, no fim da noite de anteontem, com seis tiros, dentro de casa, e, depois, fugido a pé, no bairro Asteca, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. Um dos filhos do casal, de apenas 5 anos, teria presenciado o assassinato da mãe.

Stefânia havia decidido se separar há algumas semanas e chegou a sair de casa, mas teria retornado anteontem, supostamente por insistência do marido. "Ele fazia chantagem emocional, falava para as crianças que a mãe iria abandoná-las. Ela passou o fim de semana com a família em Igarapé e ele foi até lá ameaçar todo mundo. Depois de matar a Stefânia, ele ainda ligou para as irmãs dela para contar o que tinha feito e ameaçá-las também", contou um amigo da família que acompanhou a mãe da vítima ao Instituto Médico Legal (IML).

Segundo relato de uma testemunha, Stefânia chegou do trabalho por volta das 18h, buscou os filhos de 4 e 5 anos na creche e, em seguida, teria ido até a casa de uma vizinha para participar de uma novena, enquanto o pedreiro bebia com amigos. Ainda durante a noite, os dois conversaram brevemente no portão de casa e, depois, entraram. Horas mais tarde, os vizinhos escutaram o barulho dos seis tiros. Por uma janela, o menino de 5 anos viu a mãe baleada pedindo por socorro. A irmã mais nova dormia.

Bermuda

O suspeito fugiu do local usando somente uma bermuda. "Ele ainda falou com quem estava na rua: ‘o corpo dela está ai, façam o que quiserem com ela agora’", relatou uma testemunha. O crime chocou a vizinhança. "Era uma mulher muito batalhadora, o marido tem problemas de saúde e ela o ajudava com todo o serviço pesado. Trabalhava muito e mobiliou a casa toda com o dinheiro dela. Além disso, era muito atenciosa com os filhos", comentou uma vizinha.

O casal estava junto há pelo menos sete anos e o ciúme, em função da diferença de idade, teria influenciado. No rosto, a vítima levava a cicatriz de uma facada, que teria sido dada pelo pedreiro durante uma briga, há cerca de dois anos. Os filhos do casal ficaram sob os cuidados de uma tia paterna. O crime está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Santa Luzia.

MINIENTREVISTA

Maria do Carmo S. da Silva, 55 anos Mãe da vítima

Como era o relacionamento da sua filha com o José Salvador? Eu não era muito de conversar com ele. Desde o início, ele sempre perturbou a família toda, fazia ameaças. Não queria que ela tivesse saído de casa, minhas portas sempre estiveram abertas para ela.
Ela esteve com a senhora recentemente? Ela já tinha decidido se separar, passou o fim de semana comigo em Igarapé. Ele foi lá atrás dela e ameaçou todo mundo. Não queria que ela voltasse (para Santa Luzia), mas ela acabou cedendo e foi para lá.
Como foi a última conversa que a senhora teve com ela? As últimas palavras dela comigo foram para contar que eles tinham conversado, que ela tinha feito comida e que ele tinha enchido a cabeça das crianças de coisas, falando que ela iria deixá-los. (KA)