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Zagueiro é assassinado

Jogador de 19 anos foi atingido por 20 tiros na porta da casa dos avós

LUCAS SIMÕES

falesuper@supernoticia.com.br

Corpo do jogador, que, segundo amigos, era religioso e sem vícios, foi velado numa igreja evangélica ontem

O assassinato do zagueiro de futebol Gledstone Marinho Lana, de 19 anos, atingido por 20 tiros, na noite de anteontem, ainda permanece um mistério para familiares do jogador. O jovem, que atuava em um time amador de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, não tinha passagens pela polícia e foi morto em frente à casa dos avós, no bairro Funcionários.
O crime aconteceu enquanto Lana retornava de um treino, por volta das 20h. Segundo uma prima do jovem, ele foi visitar os avós quando um suspeito em um Corsa preto disparou várias vezes. "O carro parou e começaram os tiros, foram mais de 20. Ele (Gledstone) ainda tentou correr", disse a prima de 14 anos. A maior parte dos disparos acertou a cabeça do jovem, que também foi atingido na coxa direita.
Um adolescente de 16 anos, que seria colega de Lana e o acompanhava no momento do crime, também foi baleado na perna e socorrido para o Hospital Municipal de Contagem. Segundo a PM, ele também não tem passagens pela polícia.
Conforme a Polícia Militar, testemunhas relataram que o jovem estaria tendo um relacionamento amoroso com a mulher de um traficante do bairro.
Para o subtenente do 18º batalhão, Carlos Antunes, o crime foi execução. "Aparentemente, ele era um rapaz conhecido e que não tinha rixas. Mas quem atirou sabia o que estava fazendo, porque quase todos os tiros foram na cabeça", explicou o militar.
Até o início da noite de ontem, ninguém havia sido preso. O caso será investigado pela 6ª Delegacia Seccional de Contagem.

"Ele repudiava qualquer violência"

Para a irmã do zagueiro assassinado, a dona de casa Geisiley Marinho Lana, de 22 anos, não é possível que o jovem pudesse estar envolvido com a mulher de um suposto traficante. Segundo ela, o atleta tinha terminado o namoro há pouco mais de três meses, mas não se queixou de problemas com a ex. "Eles continuavam amigos, até porque se gostavam muito", comentou.
O zagueiro Gledstone Lana atuava como titular pela equipe do Jardim Piraquara desde os 16 anos e estava se preparando para disputar o Campeonato Júnior de Contagem – que seria a última competição dele antes de ingressar na categoria amador, no ano que vem.
Familiares e amigos descrevem o zagueiro como um rapaz alegre, religioso e sem vícios. "Ele não bebia ou fumava, era evangélico e repudiava qualquer tipo de violência. Realmente, não dá pra explicar qual o motivo de um crime desses", desabafou o presidente do clube em que o atleta jogava, Geraldo Magela Diniz. (LS)