Portadora de esquizofrenia manteve o cadáver do homem em casa por três dias, após a morte dele, em BH
Publicado no Super Notícia em 20/10/2011
Uma
idosa de 54 anos que sofre de esquizofrenia - doença que afeta o
cérebro e causa transtornos emocionais - manteve o cadáver do marido, o
mecânico José Antônio Emílio, de 57 anos, na casa onde mora por três
dias, no bairro São Gabriel, na região Nordeste de Belo Horizonte. O
caso chocou vizinhos que conheciam o casal.
O corpo foi encontrado anteontem pela Polícia Militar após vizinhos, que estranharam o sumiço de Emílio, acionarem a polícia. A dona de casa Geraldina Cardoso Carneiro, de 54 anos, contou aos policiais que o marido estava apenas dormindo, pois passava mal, e que ela estava cuidando dele.
De acordo com a PM, o corpo do mecânico foi encontrado dentro da residência deitado em um colchão e não apresentava marcas de violência. Ainda conforme a PM, o mau cheiro dentro da casa era muito forte, pois o corpo já havia entrado em decomposição. Os policiais que atenderam a ocorrência notaram que o cadáver estava com roupas limpas, o que demonstrava que a dona de casa estava mesmo cuidando dele.
A perícia da Polícia Civil esteve no local, não encontrou sinais de crime e descartou a hipótese de assassinato. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). O laudo com as causas da morte deve sair em até 30 dias.
Um vizinho do casal, o comerciante Geraldo Sebastião de Souza, de 71 anos, disse que os moradores da rua estranharam o sumiço do mecânico. Segundo ele, no quintal da casa, funciona uma oficina mecânica e, desde sábado, o homem não foi mais visto. "Chamamos a polícia, pois a Geraldina apresentava um comportamento estranho e não saía na rua. Quando procuramos pelo José, ela falava que ele estava passando mal e não podia atender".
O comerciante contou que Geraldina acompanhou todo o trabalho da polícia, e disse apenas que ele havia desmaiado. "Ela chegou a dizer que ele estava quase bom e logo voltaria a viver normalmente como antes", disse.
Ainda segundo o comerciante, até mesmo os policiais se surpreenderam com o caso. "Os militares que estiveram aqui ontem ficaram impressionados com o comportamento da mulher após encontrarem o corpo e chegaram a dizer que nunca tinham visto algo parecido".
Os policiais que conversaram com Geraldina informaram na ocorrência que a mulher não apresentava estado de lucidez.
InternaçãoO caso vai ser investigado pela Polícia Civil e foi registrado como encontro de cadáver. A idosa foi internada para tratamento no Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam), no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste.
O corpo foi encontrado anteontem pela Polícia Militar após vizinhos, que estranharam o sumiço de Emílio, acionarem a polícia. A dona de casa Geraldina Cardoso Carneiro, de 54 anos, contou aos policiais que o marido estava apenas dormindo, pois passava mal, e que ela estava cuidando dele.
De acordo com a PM, o corpo do mecânico foi encontrado dentro da residência deitado em um colchão e não apresentava marcas de violência. Ainda conforme a PM, o mau cheiro dentro da casa era muito forte, pois o corpo já havia entrado em decomposição. Os policiais que atenderam a ocorrência notaram que o cadáver estava com roupas limpas, o que demonstrava que a dona de casa estava mesmo cuidando dele.
A perícia da Polícia Civil esteve no local, não encontrou sinais de crime e descartou a hipótese de assassinato. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). O laudo com as causas da morte deve sair em até 30 dias.
Um vizinho do casal, o comerciante Geraldo Sebastião de Souza, de 71 anos, disse que os moradores da rua estranharam o sumiço do mecânico. Segundo ele, no quintal da casa, funciona uma oficina mecânica e, desde sábado, o homem não foi mais visto. "Chamamos a polícia, pois a Geraldina apresentava um comportamento estranho e não saía na rua. Quando procuramos pelo José, ela falava que ele estava passando mal e não podia atender".
O comerciante contou que Geraldina acompanhou todo o trabalho da polícia, e disse apenas que ele havia desmaiado. "Ela chegou a dizer que ele estava quase bom e logo voltaria a viver normalmente como antes", disse.
Ainda segundo o comerciante, até mesmo os policiais se surpreenderam com o caso. "Os militares que estiveram aqui ontem ficaram impressionados com o comportamento da mulher após encontrarem o corpo e chegaram a dizer que nunca tinham visto algo parecido".
Os policiais que conversaram com Geraldina informaram na ocorrência que a mulher não apresentava estado de lucidez.
InternaçãoO caso vai ser investigado pela Polícia Civil e foi registrado como encontro de cadáver. A idosa foi internada para tratamento no Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam), no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste.
Falta do remédio pode ter agravado situação
O
sobrinho de Geraldina, o motorista Cláudio Marques da Silva, de 39
anos, disse que a mulher já havia sido internada outras vezes em
momentos de crise, e que ela tomava remédio psiquiátrico controlado.
Segundo ele, o casal morava juntos há 10 anos, tinha um bom
relacionamento e não tinha filhos.
"Eles eram amorosos um com o outro e viviam bem. Acredito que por ela gostar tanto dele, não acreditou no pior". O motorista disse ainda que a tia pode ter ficado sem usar os medicamentos nos últimos dias, após a morte do idoso, já que era o marido que controlava a medicação dela. "Suspeitamos que, com a morte de José ela acabou não tomando os remédios e, em crise, se isolou com ele".
Segundo o médico psiquiatra e professor da UFMG Rodrigo Nicolato, a esquizofrenia é uma doença que causa desordem cerebral, levando o paciente a ter crises como delírios, quadros de alucinações e outros transtornos.
No caso de Geraldina, a falta do medicamento pode ter causado o descontrole emocional. "Ela passou por um choque emocional com a perda do marido e a suposta falta do medicamento pode ter agravado o quadro de esquizofrenia", disse. (JA)
"Eles eram amorosos um com o outro e viviam bem. Acredito que por ela gostar tanto dele, não acreditou no pior". O motorista disse ainda que a tia pode ter ficado sem usar os medicamentos nos últimos dias, após a morte do idoso, já que era o marido que controlava a medicação dela. "Suspeitamos que, com a morte de José ela acabou não tomando os remédios e, em crise, se isolou com ele".
Segundo o médico psiquiatra e professor da UFMG Rodrigo Nicolato, a esquizofrenia é uma doença que causa desordem cerebral, levando o paciente a ter crises como delírios, quadros de alucinações e outros transtornos.
No caso de Geraldina, a falta do medicamento pode ter causado o descontrole emocional. "Ela passou por um choque emocional com a perda do marido e a suposta falta do medicamento pode ter agravado o quadro de esquizofrenia", disse. (JA)
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