Denúncias de comerciantes apontam aumento da violência há quatro meses
luiz costa

Barão Homem de Melo é alvo de bandidos, que assaltam e fogem pelo Beco Dona Rita
Localizada entre as favelas Morro das Pedras e Ventosa, a Avenida Barão Homem de Melo, na Rgião Oeste de Belo Horizonte, vive, há quatro meses, uma onda de assaltos. A denúncia é dos comerciantes, que alegam estar com medo por se sentirem impotentes. "Estamos desesperados, a palavra é esta mesmo, e não sabemos a quem recorrer. Vivemos uma situação atípica e nos sentimos reféns dos assaltantes, que nos atacam praticamente todos os dias", desabafa R.S., de 34 anos, 16 deles como comerciante na avenida.
Segundo ele, a via - uma das principais do bairro - sempre teve um histórico de violência. Porém, há cerca de quatro meses, convive com uma onda de assaltos. "Há uns seis anos tivemos uma situação semelhante, mas agora está demais", denuncia.
R.S. afirma que, nesses 16 anos, seu comércio foi assaltado cerca de 20 vezes. O prejuízo ultrapassa os R$ 10 mil. "Sempre convivemos com essa tensão. No último assalto, um homem colocou uma escopeta calibre 12 na boca da minha funcionária. Isso foi muito assustador", relembra o comerciante. Na última segunda-feira (7), o Hoje em Dia esteve no local e se reuniu com vários comerciantes. Por se sentirem ameaçados e com medo de serem reconhecidos, pediram o anonimato. Eles alegam que estão cercados pelos dois aglomerados, mas os ataques de agora seriam de pessoas que moram no Morro das Pedras.
O maior problema, segundo as queixas, é o Beco Dona Rita (ou Virginópolis), uma passagem estreita que liga a Avenida Barão Homem de Melo com a Rua Alice, já dentro do aglomerado. Os comerciantes denunciam que os assaltantes atacam pela manhã e à tarde. Depois dos ataques, fogem a pé pelo Beco Santa Rita. Eles defendem o fechamento do local.
Os comerciantes alegam que o policiamento é ineficiente. Segundo eles, há um conflito geográfico, uma vez que o lado direito da avenida, junto ao Aglomerado da Ventosa, é atendido pela 126ª Companhia do 5º Batalhão, enquanto as ocorrências no lado do Morro das Pedras são registradas na 125ª Companhia do 22º Batalhão.
O comandante da 125ª Companhia, major Cláudio José Dias, nega uma onda de assaltos na Avenida Barão Homem de Melo. Ele também garante que, independentemente da localização geográfica, os militares estão sempre a postos para atender as ocorrências. Dias revela que a sugestão de isolamento do beco partiu da PM. Por outro lado, revela que os comerciantes não estariam participando das reuniões para discutir as questões ligadas à avenida.
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