Governo "pode ou não" pagar Prêmio, diz Antonio Anastasia
Mobilização, no momento, é para pagar salário e 13º em dezembro
FOTO: OMAR FREIRE/IMPRENSA MG
Visita.
Ontem, o governador participou de café da manhã no Olympico,
tradicional clube esportivo de Belo Horizonte no bairro da Serra
OMAR FREIRE/IMPRENSA MG
Visita.
Ontem, o governador participou de café da manhã no Olympico,
tradicional clube esportivo de Belo Horizonte no bairro da Serra
O
governador Antonio Anastasia dá cada vez mais sinais de que o pagamento
do Prêmio de Produtividade aos servidores públicos não deve sair neste
ano. Em entrevista coletiva na manhã de ontem, o governador disse que,
primeiro, o Estado está se "esforçando" para cumprir as obrigações
legais, citando o pagamento em dia dos servidores e o 13º salário na
primeira quinzena de dezembro. "Para o prêmio, a lei não define data, é
uma faculdade atribuída à administração, que pode ou não fazer (o
pagamento). Então vou primeiro priorizar aquelas que são as
determinações regulares", disse, completando: "Não digo que há garantia
nem que não há garantia".
Conhecido como 14º salário, o prêmio é concedido desde 2003, geralmente
no mês de setembro, mas até hoje os trabalhadores não receberam o extra
de 2011. A demora é mais um indicativo de que o saldo entre receitas e
despesas pode fechar no vermelho neste ano.
Crise.
O governador Antonio Anastasia evitou falar em crise nas contas
públicas do Estado, mas admitiu que o momento exige "cautela" no gastos.
Anastasia citou o desempenho da indústria nacional, que fechou o
terceiro semestre com queda na produtividade, e a crise na Europa para
justificar o momento delicado pelo qual o governo de Minas está
passando. "Minas Gerais mantém uma economia totalmente inserida na
globalização em função das nossas exportações, o que nos impõe uma
cautela necessária", argumenta.
A arrecadação do governo nos primeiros seis meses deste ano, de R$ 25
bilhões, já supera em R$ 3,4 bilhões a receita do mesmo período de 2010,
quando o Estado arrecadou R$ 21,6 bilhões. Anastasia explicou porém que
as despesas com pessoal cresceram muito. "Nós tivemos um aumento
expressivo da folha de pessoal porque foram concedidos aumentos. Só o
valor concedido ao magistério no início do ano foi R$ 1,4 bilhão. E há
um crescimento vegetativo da folha, superior ao crescimento da receita",
justificou o governador. Os professores estiveram em greve por três
meses neste ano, reivindicando o pagamento do piso nacional da
categoria.
Outra conta que está tirando o sono do governo é o pagamento da dívida,
que chega a R$ 64,7 bilhões. Somente para a União, o Estado deve R$ 54,7
bilhões. Cálculos do Tribunal de Contas do Estado mostram que, se o
índice que corrige o saldo devedor não for revisto, a partir de 2028 a
dívida se tornará impagável.


Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO