Chamada Geral: Insegurança
De cada
mil pessoas que circulam pela Avenida Afonso Pena, a qualquer hora do
dia ou da noite, 700 estão com medo de que algo grave lhes aconteça.
Essa é apenas uma, das muitas notícias ruins que nos traz uma pesquisa
do Instituto CP2, encomendada pela Associação dos Delegados da Polícia
Civil de Minas. Nos dias 3 e 4 do mês passado, 460 pessoas foram
ouvidas em Belo Horizonte, para análise da satisfação da população com a
segurança pública na Capital. De pronto, 62,6% dos ouvidos
mostraram-se insatisfeitos com o trabalho dos órgãos federais no
combate ao crime. Com relação às polícias Civil e Militar de Minas, o
resultado é pior: 73,5% desaprovam o trabalho. Quando perguntados de
forma segmentada sobre os crimes, os belo-horizontinos deram respostas
ainda mais desalentadas. Por exemplo: quase 90% dos moradores da área
mais central desaprovam as apurações de crimes de homicídio e latrocínio
(quando se mata para roubar). Quando indagadas sobre a satisfação na
apuração dos crimes que as envolvem, mais de 80% das mulheres acham que o
trabalho está ruim e, detalhe, quanto mais idosas mais desapontadas
com a polícia. Estão nas regiões Noroeste e Norte os mineiros da
Capital que têm mais medo de andar pelas ruas, sendo que esse índice de
insegurança passa de 9%. O medo está presente em todos os horários,
mas, claro, é maior à noite, sendo que, a partir das 22 horas, mais de
85% têm medo de ir às ruas. A pesquisa também quis saber sobre como os
policiais devem se deslocar, e o dado interessante é que 40% sugerem o
trabalho a pé. Na área central, mais da metade dos ouvidos acha que
esse trabalho renderia mais a pé ou de bicicleta. As pessoas pedem
também leis mais rigorosas (61,5%), mais policiais nas ruas (50,7%),
melhores salários para os agentes (45,9%) e conscientização da
sociedade da importância da política na resolução dos problemas,
inclusive segurança pública (36,1%). Resumindo: a avaliação em todos os
quesitos é negativa, sendo que, em alguns grupos de cidadãos, aumenta a
desaprovação de aspectos da segurança pública. Entre os que têm renda
mais elevada, a maior queixa refere-se à apuração de furto de veículos
enquanto, na região central, nas vilas e favelas, a perturbação da paz e
do sossego é o que incomoda mais. São números que desmontam discursos
tranquilizadores e a velha cantilena de que "a situação está sob
controle".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO