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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Chamada Geral: Insegurança

Eduardo Costa
De cada mil pessoas que circulam pela Avenida Afonso Pena, a qualquer hora do dia ou da noite, 700 estão com medo de que algo grave lhes aconteça. Essa é apenas uma, das muitas notícias ruins que nos traz uma pesquisa do Instituto CP2, encomendada pela Associação dos Delegados da Polícia Civil de Minas. Nos dias 3 e 4 do mês passado, 460 pessoas foram ouvidas em Belo Horizonte, para análise da satisfação da população com a segurança pública na Capital. De pronto, 62,6% dos ouvidos mostraram-se insatisfeitos com o trabalho dos órgãos federais no combate ao crime. Com relação às polícias Civil e Militar de Minas, o resultado é pior: 73,5% desaprovam o trabalho. Quando perguntados de forma segmentada sobre os crimes, os belo-horizontinos deram respostas ainda mais desalentadas. Por exemplo: quase 90% dos moradores da área mais central desaprovam as apurações de crimes de homicídio e latrocínio (quando se mata para roubar). Quando indagadas sobre a satisfação na apuração dos crimes que as envolvem, mais de 80% das mulheres acham que o trabalho está ruim e, detalhe, quanto mais idosas mais desapontadas com a polícia. Estão nas regiões Noroeste e Norte os mineiros da Capital que têm mais medo de andar pelas ruas, sendo que esse índice de insegurança passa de 9%. O medo está presente em todos os horários, mas, claro, é maior à noite, sendo que, a partir das 22 horas, mais de 85% têm medo de ir às ruas. A pesquisa também quis saber sobre como os policiais devem se deslocar, e o dado interessante é que 40% sugerem o trabalho a pé. Na área central, mais da metade dos ouvidos acha que esse trabalho renderia mais a pé ou de bicicleta. As pessoas pedem também leis mais rigorosas (61,5%), mais policiais nas ruas (50,7%), melhores salários para os agentes (45,9%) e conscientização da sociedade da importância da política na resolução dos problemas, inclusive segurança pública (36,1%). Resumindo: a avaliação em todos os quesitos é negativa, sendo que, em alguns grupos de cidadãos, aumenta a desaprovação de aspectos da segurança pública. Entre os que têm renda mais elevada, a maior queixa refere-se à apuração de furto de veículos enquanto, na região central, nas vilas e favelas, a perturbação da paz e do sossego é o que incomoda mais. São números que desmontam discursos tranquilizadores e a velha cantilena de que "a situação está sob controle".
 

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