Itaúna
Senha de delegado foi usada para cancelar multas de trânsito
Publicado no Jornal OTEMPO em 30/09/2011
FOTO: DANIEL DE CERQUEIRA - 4.2.2005
Investigação. Subcorregedor da Polícia Civil, Elder Dangelo, disse que as provas são robustas
Entre os outros sete suspeitos está um delegado de trânsito que, conforme a investigação do Ministério Público Estadual (MPE), integrava uma rede de corrupção que teria liberado, desde 2008, 3.000 documentos de veículos com algum tipo de restrição no Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). Nesse esquema, a suspeita é que multas de motoristas foram retiradas do sistema e documentos foram falsificados para liberar licenciamentos e autorizar transferências de veículos sem vistoria.
"Os crimes foram praticados no sistema com a senha do delegado", disse o titular da Delegacia da Regional de Divinópolis, Fernando Vilaça. O delegado conta que em um único endereço estavam cadastrados mil veículos.
A investigação mostrou que os policiais presos agiam de forma independente e não havia relação entre os crimes de corrupção e o de tráfico.
Os detidos, de acordo com a Corregedoria de Polícia, são novos na profissão e têm menos de cinco anos de função pública. Nenhum deles teve a identidade revelada. Itaúna tem atualmente 28 policiais civis. Desses, nove são alvo de denúncias.
A ação da Promotoria de Justiça revelou que no crime de tráfico houve envolvimento do policial em assassinatos para queima de arquivo, tortura e na facilitação de fugas de traficantes. Um dos assassinatos, segundo o subcorregedor, foi motivado pela disputa de controle de uma boca de fumo na cidade. As denúncias são graves e mostram que o policial participava ativamente do comando do tráfico. "O assassinato teria sido motivado pela disputa de bocas de fumo. Esse policial é suspeito ainda de facilitar a fuga de um traficante. Ele levou o preso para uma consulta médica às 2h da madrugada e o detento, ‘coincidentemente’ fugiu", disse.
Os outros sete investigados pelo crime continuam trabalhando normalmente, mas a corregedoria não descarta a possibilidade de novas prisões. "As provas são robustas. O inquérito deve ser concluído na próxima semana", disse o subcorregedor da Polícia Civil, Elder Dangelo.
O promotor Fábio Galindo Silvestre, que há um ano cuida da investigação, preferiu não dar detalhes da investigação. Em nota, a assessoria de imprensa do órgão, alegou motivos de segurança.
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