Concurso para delegado deixa de fora cidades críticas
Emprego oferece salário de R$ 5.716,87, mas somente no ano passado 150 postos ficaram vazios no Estado
Quinze municípios mineiros de grande porte receberão reforço na segurança pública, com a abertura de concurso para delegados de Polícia Civil. As 144 novas vagas, no entanto, não serão suficientes para preencher nem os 150 postos que ficaram vazios no ano passado - por aposentadoria, afastamento médico ou troca de função, segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindepominas). A previsão é que mais 70 delegados se aposentem em 2011. Ficaram de fora do concurso cidades com demandas prioritárias, como Belo Horizonte e as maiores da região metropolitana.
A Polícia Civil informou na segunda-feira que não comentaria os critérios adotados para definir os municípios contemplados na seleção pública. O edital foi divulgado em 28 de julho no "Minas Gerais", o diário oficial do Estado. A corporação também não quis falar sobre o déficit de delegados em Minas.
Sindicato afirma que Estado precisa dobrar o número de delegados na ativa, que hoje é de 900 profissionais (Foto: Frederico Haikal)
O diretor do Sindepominas, Marco Antônio de Paula Assis, afirma que uma consultoria contratada pela Superintendência Geral da Polícia Civil apontou a necessidade de abertura de mais 900 vagas para a função em Minas. "O Estado tem 900 delegados na ativa para atender 853 municípios e o estudo mostra que o ideal seria 1.800", diz Marco Antônio. "O levantamento considera a malha viária de Minas, que é a maior do país, e os inúmeros problemas criminais que isso acarreta".
Em Belo Horizonte, onde não serão abertos novos postos, há 30 delegados na ativa e déficit de 20. "Só a 4ª Delegacia de Polícia, que recebe toda a demanda do Centro da cidade, uma média de 120 ocorrências por dia, precisaria de cinco delegados. Mas não conta com nenhum desde a morte do seu titular", afirma o diretor do Sindepominas, referindo-se a Robson de Souza Paes, que morreu em 5 de julho, em decorrência de infarto.
Na região metropolitana, segundo Marco Antônio, há 300 delegados e déficit de 200. Em Betim, por exemplo, dos dez titulares, seis estão afastados por licença médica ou férias. Em Ibirité são três trabalhando e três afastados.
Cidades "atraentes"
Das 144 vagas oferecidas, a maior parte fica em Uberaba (20), no Triângulo Mineiro, seguida por Uberlândia (15), na mesma região, Divinópolis (12), no Centro-Oeste, e Montes Claros (12), no Norte do Estado. "Os postos são criados com base em critérios administrativos", diz o diretor do Sindepominas, Marco Antônio de Paula Assis.
"As vagas são oferecidas apenas em cidades promissoras, onde há departamentos de polícia ou delegacias regionais, que aglomeram outros municípios. É a forma que encontram para tornar o concurso mais atrativo, já que o interesse é baixo diante do salário", critica o sindicalista.
Ele cita o exemplo de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No município, afirma, o quadro de 18 delegados está completo. "Mas a cidade precisa do dobro, devido à grande movimentação, sobretudo penitenciária", destaca.
O edital, assinado pelo chefe de Polícia Civil, delegado-geral Jairo Lellis Filho, informa que o salário é de R$ 5.716,87.
"O subsídio mínimo ideal para a categoria seria de R$ 10 mil, o mesmo da Defensoria Pública Estadual. Muitos delegados estão deixando a profissão e fazendo concurso para o Ministério Público, a Polícia Federal ou a própria Defensoria Pública. A média é de dois afastamentos por mês", afirma o diretor do sindicato.
Oportunidade também para escrivães
O concurso também abre 205 vagas para escrivães, nos mesmos municípios onde haverá reforço de delegados. O salário oferecido é de R$ 2.041,72.
As inscrições das duas categorias serão abertas em 27 de setembro e encerradas em 26 de outubro. As provas acontecem em 27 de novembro.
A Polícia Civil informou na segunda-feira que não comentaria os critérios adotados para definir os municípios contemplados na seleção pública. O edital foi divulgado em 28 de julho no "Minas Gerais", o diário oficial do Estado. A corporação também não quis falar sobre o déficit de delegados em Minas.
Sindicato afirma que Estado precisa dobrar o número de delegados na ativa, que hoje é de 900 profissionais (Foto: Frederico Haikal)
O diretor do Sindepominas, Marco Antônio de Paula Assis, afirma que uma consultoria contratada pela Superintendência Geral da Polícia Civil apontou a necessidade de abertura de mais 900 vagas para a função em Minas. "O Estado tem 900 delegados na ativa para atender 853 municípios e o estudo mostra que o ideal seria 1.800", diz Marco Antônio. "O levantamento considera a malha viária de Minas, que é a maior do país, e os inúmeros problemas criminais que isso acarreta".
Em Belo Horizonte, onde não serão abertos novos postos, há 30 delegados na ativa e déficit de 20. "Só a 4ª Delegacia de Polícia, que recebe toda a demanda do Centro da cidade, uma média de 120 ocorrências por dia, precisaria de cinco delegados. Mas não conta com nenhum desde a morte do seu titular", afirma o diretor do Sindepominas, referindo-se a Robson de Souza Paes, que morreu em 5 de julho, em decorrência de infarto.
Na região metropolitana, segundo Marco Antônio, há 300 delegados e déficit de 200. Em Betim, por exemplo, dos dez titulares, seis estão afastados por licença médica ou férias. Em Ibirité são três trabalhando e três afastados.
Cidades "atraentes"
Das 144 vagas oferecidas, a maior parte fica em Uberaba (20), no Triângulo Mineiro, seguida por Uberlândia (15), na mesma região, Divinópolis (12), no Centro-Oeste, e Montes Claros (12), no Norte do Estado. "Os postos são criados com base em critérios administrativos", diz o diretor do Sindepominas, Marco Antônio de Paula Assis.
"As vagas são oferecidas apenas em cidades promissoras, onde há departamentos de polícia ou delegacias regionais, que aglomeram outros municípios. É a forma que encontram para tornar o concurso mais atrativo, já que o interesse é baixo diante do salário", critica o sindicalista.
Ele cita o exemplo de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No município, afirma, o quadro de 18 delegados está completo. "Mas a cidade precisa do dobro, devido à grande movimentação, sobretudo penitenciária", destaca.
O edital, assinado pelo chefe de Polícia Civil, delegado-geral Jairo Lellis Filho, informa que o salário é de R$ 5.716,87.
"O subsídio mínimo ideal para a categoria seria de R$ 10 mil, o mesmo da Defensoria Pública Estadual. Muitos delegados estão deixando a profissão e fazendo concurso para o Ministério Público, a Polícia Federal ou a própria Defensoria Pública. A média é de dois afastamentos por mês", afirma o diretor do sindicato.
Oportunidade também para escrivães
O concurso também abre 205 vagas para escrivães, nos mesmos municípios onde haverá reforço de delegados. O salário oferecido é de R$ 2.041,72.
As inscrições das duas categorias serão abertas em 27 de setembro e encerradas em 26 de outubro. As provas acontecem em 27 de novembro.
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