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quinta-feira, 1 de março de 2012



Comerciante foi morta com um tiro na nuca, mas militares serão julgados por tentativa de homicídio


RENATO COBUCCI/ARQUIVO
josé adilson
José Adilson da Silva: “A minha família se desintegrou depois de tudo o que aconteceu”


O pai da comerciante Ana Paula Nápoles Silva, morta com um tiro na nuca durante um cerco policial em 25 de fevereiro de 2004, disse na quarta-feira (29) que vai entrar com um recurso contra a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) de julgar os seis militares envolvidos no caso apenas por tentativa de homicídio. O negociante José Adilson da Silva, de 62 anos, garantiu que vai até as “últimas consequências” para honrar a memória da filha.
 
A decisão, pronunciada pelo desembargador Furtado de Mendonça, da 6ª Câmara Criminal do TJ, foi publicada na noite de terça-feira (28). O magistrado confirmou o júri popular dos militares acusados de efetuar vários disparos, que deixaram três pessoas feridas e provocaram a morte da comerciante.

Como a investigação não conseguiu descobrir de que arma saiu a bala que matou Ana Paula, tornou-se impossível identificar a pessoa que efetuou o disparo. Consequentemente, nenhum dos militares envolvidos poderá ser julgado por homicídio. Dessa forma, explica o texto da decisão, fica confirmado o julgamento dos seis réus por tentativa de homicídio e um caso por lesões corporais.

O advogado criminalista Obregon Gonçalves, na área há 52 anos, disse na última quarta-feira (29) que a decisão do TJ é correta. “É uma decisão esdrúxula porque tivemos a lamentável morte da moça. Mas o que a lei considera neste caso é o fato de não ter sido comprovada a autoria do disparo que provocou a morte, e vários disparos teriam sido feitos ao mesmo tempo. Além disso, considera-se que os militares, durante a operação, não teriam a intenção de matar. A família pode recorrer da decisão, mas, para conseguir um julgamento por homicídio, a autoria do disparo teria que ser comprovada”, explica.
 
A tragédia aconteceu na madrugada do dia 25, na MG-010, em Vespasiano, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Na rodovia, na altura do bairro Morro Alto, Ana Paula encontrou uma barreira feita por militares de Vespasiano. Os policiais estariam tentando prender três homens que teriam se envolvido em furtos de automóveis na região. Além dela, outros motoristas foram obrigados a parar, e os veículos foram usados pela polícia para formar uma barreira. Enquanto isso, as pessoas que estavam nos veículos eram orientadas a entrar em um matagal, para se protegerem.
 
Em minutos, a situação se inverteu. Os homens que eram procurados teriam entrado no matagal para fugir. Os militares, então, teriam começado a atirar. Ana Paula foi baleada na nuca, evidenciando uma execução. Outras pessoas, entre elas dois dos homens que eram procurados, também foram atingidas.
 
Na época, a PM anunciou que as pessoas feridas poderiam ter sido atingidas por balas perdidas, e que os três homens que eram procurados estavam armados e haviam disparado contra os militares. Porém, nenhuma arma foi apreendida com os supostos assaltantes.
 
Para José Adilson, o militar que matou a filha dele não foi identificado porque, naquela noite, sumiram com a arma e trocaram a bala para confundir as investigações. “Ninguém sabe o que eu estou passando, oito anos depois da morte da minha filha. Agora, eu me sinto moralmente castigado outra vez”.

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