Testemunha de processo do GRE morta esta semana foi ouvida na frente de acusados Depoimento aconteceu uma semana antes na Corregedoria da Polícia Civil. Diego Bruno de Oliveira foi ouvido em um processo administrativo que os policiais enfrentam
João Henrique do Vale -EM
A testemunha do processo que investiga três policiais do extinto Grupo de Respostas Especiais (GRE) da Polícia Civil, morta a tiros na última segunda-feira, prestou depoimento uma semana antes de ser assassinada, na presença de três acusados no processo. Diego Bruno de Oliveira foi ouvido na Corregedoria da Polícia Civil diante dos policiais que respondem na Justiça pela execução de duas pessoas, em 2008.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que a conduta está dentro das normas e que não havia impeditivos para os acusados participarem da reunião. Segundo a corporação, “tratou-se de uma audiência de instrução corriqueira, onde os acusados e testemunhas estavam acompanhados de advogados”. Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, deputado Durval Ângelo (PT), o fato não poderia ter acontecido. “Não é o procedimento correto, ainda mais um caso em que as pessoas estão ameaçados de morte”, afirmou o parlamentar.
Diego foi ouvido às 10h na segunda-feira,
17 de outubro. Ele não havia solicitado acompanhamento da comissão de
direitos humanos. À tarde, uma outra testemunha foi ouvida. Ela estava
acompanhada da assessora da Comissão de Direitos Humanos, Daiane dos
Santos. “No depoimento, os três acusados estavam lá, na frente dele. Os
advogados de defesa faziam as perguntas. Uma parente dos homens mortos
pelos policiais estava na audiência de Diego e disse que foi a mesma
coisa”, afirma a assessora. Segundo ela, alguns questionamentos feitos
na oitiva eram intimidadores. “A testemunha foi perguntada se reconhecia
algum dos policiais. Com medo, ele nem levantou a cabeça e disse que
não”, conta.
Exatamente uma semana após prestar o depoimento, Diego foi atacado em um salão de beleza no Bairro Confisco, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima foi atingida por quatro tiros nas costas e morreu na hora. Além dele, outras pessoas vêm sofrendo ameaças. “A casa de uma das testemunhas do caso foi alvo de vários tiros no início desta semana. Já encaminhamos um ofício à Secretaria de Defesa Social pedindo agilidade na apuração”, afirma o deputado Durval Ângelo, que também teria recebido ameaças. “Quando começamos a investigar esse caso, eu e o deputado João Leite fomos ameaçados de morte”, disse.
A delegada da Homicídios Noroeste, Alessandra Wilke, responsável pelo inquérito que apura a morte de Diego, afirma que o caso ainda não tem ligação com o processo do GRE. “As investigações não estão caminhando para a linha que o Durval Ângelo está falando. Está seguindo mais para o tráfico de drogas do que para outra coisa”, afirmou. A polícia já teria conhecimento do possível autor do crime. “Nossa equipe está na rua para tentar procurar a pessoa que cometeu o crime. Não vamos divulgar o nome para não atrapalhar nas investigações”, explica.
Relembre o caso
Os agentes da Polícia Civil Gilson Costa, Anderson Marques e Wanderlim de Souza, além de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado também do assassinato de Eliza Samúdio, foram denunciados em maio deste ano pelo Ministério Público. Eles são acusados de matar Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura, em 2008.
De acordo com denúncias feitas à Comissão de Direitos Humanos, eles teriam matado os dois homens e dado seus corpos para serem devorados por cães, no então centro de treinamento do GRE, que funcionava de sítio de Bola, em Esmeraldas, na Grande BH. Diego e outro homem teriam estado com as duas vítimas momentos antes de serem obrigadas a entrar em um carro do GRE, nas imediações do centro de treinamento.
João Henrique do Vale -EM
A testemunha do processo que investiga três policiais do extinto Grupo de Respostas Especiais (GRE) da Polícia Civil, morta a tiros na última segunda-feira, prestou depoimento uma semana antes de ser assassinada, na presença de três acusados no processo. Diego Bruno de Oliveira foi ouvido na Corregedoria da Polícia Civil diante dos policiais que respondem na Justiça pela execução de duas pessoas, em 2008.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que a conduta está dentro das normas e que não havia impeditivos para os acusados participarem da reunião. Segundo a corporação, “tratou-se de uma audiência de instrução corriqueira, onde os acusados e testemunhas estavam acompanhados de advogados”. Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, deputado Durval Ângelo (PT), o fato não poderia ter acontecido. “Não é o procedimento correto, ainda mais um caso em que as pessoas estão ameaçados de morte”, afirmou o parlamentar.
Saiba mais...
Testemunha de processo que investiga grupo da Polícia Civil é morta a tiros
Comissão de Direitos Humanos pede agilidade na apuração de suposta queima de arquivo
Exatamente uma semana após prestar o depoimento, Diego foi atacado em um salão de beleza no Bairro Confisco, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima foi atingida por quatro tiros nas costas e morreu na hora. Além dele, outras pessoas vêm sofrendo ameaças. “A casa de uma das testemunhas do caso foi alvo de vários tiros no início desta semana. Já encaminhamos um ofício à Secretaria de Defesa Social pedindo agilidade na apuração”, afirma o deputado Durval Ângelo, que também teria recebido ameaças. “Quando começamos a investigar esse caso, eu e o deputado João Leite fomos ameaçados de morte”, disse.
A delegada da Homicídios Noroeste, Alessandra Wilke, responsável pelo inquérito que apura a morte de Diego, afirma que o caso ainda não tem ligação com o processo do GRE. “As investigações não estão caminhando para a linha que o Durval Ângelo está falando. Está seguindo mais para o tráfico de drogas do que para outra coisa”, afirmou. A polícia já teria conhecimento do possível autor do crime. “Nossa equipe está na rua para tentar procurar a pessoa que cometeu o crime. Não vamos divulgar o nome para não atrapalhar nas investigações”, explica.
Relembre o caso
Os agentes da Polícia Civil Gilson Costa, Anderson Marques e Wanderlim de Souza, além de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado também do assassinato de Eliza Samúdio, foram denunciados em maio deste ano pelo Ministério Público. Eles são acusados de matar Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura, em 2008.
De acordo com denúncias feitas à Comissão de Direitos Humanos, eles teriam matado os dois homens e dado seus corpos para serem devorados por cães, no então centro de treinamento do GRE, que funcionava de sítio de Bola, em Esmeraldas, na Grande BH. Diego e outro homem teriam estado com as duas vítimas momentos antes de serem obrigadas a entrar em um carro do GRE, nas imediações do centro de treinamento.
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