Parentes e amigos lotam casa a espera do primo de ex-goleiro
Libertação de Sérgio Rosa Sales deve acontecer até as 18 horas; suspeito completa 400 dias preso nesta quinta-feira
ALEX DE JESUS/O TEMPO/AE
Carlos Roberto, pai de Sérgio, espera pela soltura do filho na companhia das filhas
A residência de Sérgio Rosa Sales, primo do ex-goleiro Bruno Fernandes, já está lotada desde o início da tarde desta quinta-feira (11). Familiares e amigos estão na casa, que fica no Bairro Minaslândia, Região Norte de Belo Horizonte, a espera de Sérgio, que teve a soltura decidida em audiência na quarta-feira.
O primo de Bruno Fernandes completa nesta quinta-feira 400 dias preso na Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves. "Foi muita gritaria, festa e emoção quando recebemos a notícia que meu irmão seria solto", afirmou Claudia Sales, irmã de Sérgio.
A juíza Marixa Fabiane Lopes assinou, por volta das 13 horas, na Vara Criminal de Contagem o alvará de soltura. Marco Antônio Siqueira, advogado do primo do ex-atleta, planeja buscar o documento no Fórum de Ribeirão das Neves nesta tarde.
O alvará será encaminhado à 10ª Delegacia Regional da cidade, onde um oficial de justiça vai carimbar o documento, e levá-lo à Dutra Ladeira. Siqueira acredita que todo o processo será finalizado até as 18 horas. "Vamos fazer o possível para que meu cliente chegue o mais rápido possível em casa", disse.
Audiência
Uma audiência realizada, na quarta-feira (10), na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu que o ex-goleiro Bruno Fernandes e os outros sete acusados de envolvimento pelo desaparecimento e suposto homicídio de Eliza Samudio vão a julgamento popular. Na mesma sessão, ficou decidido que Sérgio Rosa Sales, primo do ex-atleta, responderá o processo em liberdade. Os advogados de sete dos oito envolvidos não tiveram sucesso nos objetivos.
Decisão
Essa é a segunda vez que a Justiça mineira decidiu que o atleta e seus comparsas vão a júri popular. Em dezembro do ano passado, a juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, decidiu que os réus responderiam pelo homicídio da ex-modelo. No entanto, os advogados de Bruno entraram com recurso e conseguiram uma nova audiência.
Na primeira decisão, a juíza definiu que Bruno; Luiz Henrique Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales, o Camelo; e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, iriam a júri popular pelo homicídio, além dos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio e seu filho. O ex-policial Bola responderia também por ocultação de cadáver.
Dayanne de Souza, Elenílson Vitor da Silva, Wemerson Marques de Souza e Fernanda Gomes de Castro iriam responder por sequestro e cárcere privado. Já Flávio Caetano de Araújo foi o único acusado que não iria a júri. No entanto, eles respondem ao processo em liberdade. O menor J, primo de Bruno, responde junto à Vara de Infância e Juventude.
Entenda o caso
Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Na ocasião, segundo investigação da polícia, a ex-amante do atleta teria sido convidada a ir para o sítio de Bruno, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para negociar o reconhecimento da paternidade de seu filho com o jogador.
No fim daquele mês, a polícia recebeu uma denúncia anônima informando que ela teria sido espancada até a morte. O ex-goleiro é apontado como sendo o mandante do crime. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é acusado de estrangular e esquartejar o corpo da ex-modelo a mando do atleta. Investigações indicam que os restos mortais dela teria sido jogados para cães.
Extorsão
A juíza Maria José Starling, uma das responsáveis pela investigação, foi afastada do cargo em julho deste ano após escutas telefônicas autorizadas pela Justiça comprovarem ligações da magistrada com Ingrid Calheiros, noiva de Bruno.
Segundo Ingrid, a juíza teria tentado extorqui-lá em R$ 1,5 milhão para tirar o atleta da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria. Maria José Starling teria dado a garantia de que, mediante o pagamento do valor estipulado por ela, o advogado Robson Martins Pinheiro conseguiria a libertação de Bruno.
Na última segunda-feira (8), ela teria tentado suícidio em seu apartamento no Bairro Santa Lúcia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
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