UBERABA
NATÁLIA OLIVEIRA
falesuper@supernoticia.com.br
A decisão de pintar o cabelo de azul levou a estudante Isabella Fujocka Diamantino, de 16 anos, a ser expulsa ontem da escola onde estudava, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. De acordo com o pai da adolescente, o advogado Guilherme Diamantino, de 39 anos, o Colégio Cenecista Doutor José Ferreira (Cnec) disse à aluna que ela não se adequava às condutas da escola. Procurado pela reportagem, o Cnec não quis comentar a expulsão.
O advogado contou que, na última segunda-feira, o diretor da escola chamou sua filha e disse que a jovem deveria tirar a cor azul do cabelo para continuar a frequentar o lugar. "Ele deixou claro que o problema era a cor do cabelo dela", contou. Ainda segundo Diamantino, ele foi até a escola para conversar com o diretor e pedir que a decisão de expulsão de Isabella fosse revista. "Eu queria que ela tivesse um tempo para decidir se queria mudar de escola ou tirar a cor azul do cabelo, mas hoje (ontem) eles a expulsaram sem me comunicar", disse.
A adolescente estava na escola desde agosto do ano passado e, no início deste mês, mudou a cor do cabelo. Ela chegou a frequentar o colégio por duas semanas até ser expulsa.
Ontem, vários colegas de Isabella se manifestaram na internet contra a decisão da instituição. "Ela é ótima aluna, muito inteligente e não causa problemas para a escola. É um absurdo que a cor do cabelo determine uma expulsão", disse uma colega que preferiu não ser identificada. De acordo com a aluna, na escola, há duas garotas que também sofrem represálias por terem parte do cabelo raspado. "O diretor exigiu que elas escondessem o corte enquanto estivessem na escola", disse.
O pai de Isabella afirmou que já está procurando um novo colégio para a filha. "Uma escola que tem preconceito com a cor do cabelo não serve para minha filha" disse.
Para o professor do Departamento de Ciências Aplicadas a Educação (Decae) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Walter Ude, a conduta da instituição foi equivocada.
"A escola não pode interferir em uma escolha de estilo de vida dos adolescentes. Um lugar que passa a educação não pode transmitir preconceito", analisou.
Norma
A Secretaria de Estado de Educação (SEE) disse que não pode interferir nas normas internas das escolas. O órgão afirmou que a família deve procurar o Conselho Estadual de Educação (CEE).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO