Detetives apuraram que Luis, que foi executado a sangue-frio, e os suspeitos teriam discutido em um bar na sexta-feira
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Luis foi assassinado com três tiros, após uma discussão
A Polícia Civil considera vingança a hipótese mais provável para explicar a morte do repositor de supermercados Luis Gonçalves de Almeida, de 22 anos. Ele foi executado a sangue-frio na madrugada de sábado (19), em Belo Horizonte.
A investigação aponta que há mais de um ano o jovem teria tido, ou tentado, um relacionamento com a namorada de um dos militares suspeitos do crime. Dois policiais – os soldados Vladimir Ferreira e William Gonçalves Arrudas, ambos de 21 anos – foram presos em flagrante e a expectativa é de que o inquérito seja concluído em menos de 30 dias.
A vítima foi assassinada com três tiros na cabeça, no Bairro Ermelinda, na Região Noroeste da Capital. Detetives apuraram que Luis e os suspeitos teriam discutido em um bar na sexta-feira, por causa do suposto relacionamento amoroso.
Depois do bate-boca, os PMs teriam decidido se vingar. Os soldados foram presos na casa de um deles, graças a testemunhas que anotaram a placa do veículo usado pelos criminosos. Os dois negam participação no homicídio.
Wladimir e William são recém-chegados à corporação. A formatura na PM aconteceu no último dia 9, e os dois integram o efetivo da 39ª Cia do 18º Batalhão da Polícia Militar, em Contagem. Se condenados, os suspeitos poderão ser expulsos da polícia.
Detalhes reforçam a possibilidade de que os soldados sejam autores do homicídio. Depois do assassinato, os criminosos, que usavam trajes civis, deixaram o local em um Fiesta vinho, que teve a placa anotada por moradores.
Em alta velocidade, o carro ficou desgovernado e bateu em um poste. Mesmo assim, o motorista arrancou com o veículo e desapareceu. O automóvel foi encontrado na garagem da casa de um dos militares, com amassados provocados por um acidente. A polícia também já descobriu a arma que teria sido usada no assassinato. Ela pertenceria à corporação.
Pai do repositor de supermercado, o aposentado Luis Edmar vai procurar a Ouvidoria da Polícia do Governo do Estado. “A morte do meu filho foi uma execução sumária, e vou buscar uma resposta das autoridades sobre isso”. O órgão recebeu, em média, 170 queixas por mês de pessoas que se disseram vítimas de agressões por parte de PMs nos seis primeiros meses de 2011. No mesmo período do ano passado, foram 147.
Este ano, a maioria das queixas (161) foi contra soldados, seguidos por cabos (149) e sargentos (130). A 1ª Região Militar, na Grande BH, concentra o maior número de queixas (150). Em segundo lugar vem a 2ª Região, em Contagem, com 51 reclamações, e, depois, a 4ª Região, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, com 46 representações. Os números estão no site da Ouvidoria.
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