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PREVISÃO DO TEMPO

segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Em algumas áreas, o índice de contaminação do ar até dobra o limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS)


Marcelo Prates
ar
Indústrias contribuem para agravar a situação


Pense duas vezes antes de encher os pulmões com o ar da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A concentração de poluentes, como ozônio e material particulado, aumentou de 2009 para 2010 em praticamente todas as quatro cidades monitoradas, segundo dados da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). Em algumas estações, os índices dobraram e superaram os limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A qualidade do ar também piorou, o que, segundo especialistas, pode causar e agravar doenças respiratórias.

Nove estações avaliam o ar da RMBH. São três em Belo Horizonte (Praça Rui Barbosa, Avenida Amazonas e Aeroporto Carlos Prates), três em Betim (bairros Jardim das Alterosas, Petrovale e Centro Administrativo), duas em Ibirité (bairros Cascata e Piratininga) e uma em Contagem (Praça Tancredo Neves). Os dados são computados em microgramas por metro cúbico (µg/m³) de PM10 (Partículas em suspensão com diâmetro menor do que dez milésimos de milímetros). Quanto ao material particulado, que inclui fuligem, poeira, fumaça e detrito suspenso no ar, apenas uma estação registrou queda na média anual.

As estações localizadas no Aeroporto Carlos Prates e no Centro Administrativo de Betim foram as que registraram maior aumento de material particulado. Na primeira, o valor máximo alcançou a marca de 157,8 µg/m³ no último ano, quase o dobro do recorde de 2009, de 82,7. Na média anual, o aumento foi de 24,8 para 25,3 µg/m³. O limite diário estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é de 150 µg/m³ e de 50, na média anual. Já a OMS é ainda mais restritiva e estabelece um teto de 20 µg/m³ anualmente.

Em Betim, o índice máximo chegou a 155,7 µg/m³. O limite diário foi ultrapassado em 56 dias no ano, seis vezes a mais do que o permitido pela OMS. No local, a média anual de material particulado aumentou 106%, de 29,1 µg/m³, em 2009, para 60, no ano passado.

O excesso de poluição causa doenças e até mortes. Em abril deste ano, o Hoje em Dia mostrou que o ar de BH contribui para a morte de 389 pessoas, por ano, a partir dos 40 anos (grupo de maior vulnerabilidade). O dado é fruto de pesquisa do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a UFMG. “O aumento da poluição é atribuído ao aumento da frota de veículos, à verticalização da cidade e à qualidade ruim de combustíveis”, diz o presidente do Departamento de Pneumologia da Associação Médica de Minas Gerais, Maurício Góes.

Os dados chamam a atenção para o ozônio, um dos poluentes mais nocivos. Em 2010, as amostragens em todas as estações na RMBH superaram o limite de 160 µg/m³ diário (valor estabelecido pelo Conama), com exceção da cabine do Centro Administrativo de Betim.

De sanatório a esfumaçada

Belo Horizonte já foi um dia a cidade ideal para o tratamento de doenças respiratórias, justamente pelo ar mais limpo de região montanhosa. Ricos e famosos, como o cantor e compositor Noel Rosa, procuravam a capital mineira para se tratar e até sanatórios foram construídos. O Hospital Júlia Kubitschek é um exemplo. No entanto, a realidade atual é totalmente oposta.

O presidente do Departamento de Pneumologia da Associação Médica de Minas Gerais, Maurício Góes, diz que o ideal é mudar de cidade. “Mas como isso é difícil, o melhor é ter hábitos saudáveis de saúde”, afirma.

O pneumologista Luiz Eduardo Mendes Campos lembra que quem já tem problemas respiratórios sofre com o agravamento das enfermidades. “Em pessoas normais, a poluição reduz entre 60% e 65% a capacidade pulmonar. Em alguns casos, leva até ao câncer de pulmão”, diz.
Estudo recente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) mostra que a poluição do ar pode causar infertilidade masculina. Pesquisadores da Universidade de Taubaté (SP) também atribuíram ao ar ruim o baixo peso de bebês ao nascer.

O médico, patologista e chefe do Laboratório de Poluição da Universidade Federal de São Paulo (USP), Paulo Saldiva, afirma que a lei brasileira que define os padrões de poluição é defasada. Segundo ele, é preciso melhorar a qualidade dos combustíveis e o tráfego das grandes cidades. “Em geral, desde 2005, a qualidade do ar piora nas capitais do Brasil”, diz Saldiva.

Segundo a gerente de Fiscalização e Controle da Poluição Veicular da Secretaria de Meio Ambiente de BH, Bernadete Gomes, o aumento da poluição se deve ao crescimento da frota. Ela diz que a prefeitura mantém a fiscalização da emissão dos poluentes dos automóveis, principalmente dos que utilizam diesel.

A Prefeitura de Betim atribuiu a poluição às correntes de ar que trazem o problema de Contagem e Belo Horizonte. Já a administração de Ibirité alega que o aumento foi causado pelo crescimento do Distrito Industrial do município e da própria Região Metropolitana de BH, e que monitora as indústrias quanto às normas de meio ambiente. A Prefeitura de Contagem não se pronunciou sobre o assunto.

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