MG: polícia prende trio que aplicou golpes em nomes de juiz
Delegado disse que ainda há uma quarta pessoa envolvida no caso, um dos mentores do golpe
Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
Três
pessoas suspeitas de estelionato foram apresentados na tarde desta
terça-feira pela Polícia Civil em Belo Horizonte. Adilson de Jesus, 33
anos, Usiel Vieira Gonçalves, 26 anos, e Mércia Cristina Santos, 33
anos, foram presos após a denúncia de um juiz da capital mineira, que
teve seu nome utilizado em golpes aplicados pela quadrilha.
De
acordo com o delegado Islande Batista, chefe do Departamento de
Investigações de Crimes contra o Patrimônio, um dos suspeitos, Jesus,
teria adquirido R$ 1,8 mil em materiais de construção e pago com três
cheques, todos em nome do magistrado.
A
agência bancária que recebeu os cheques para desconto descobriu a
fraude e entrou em contato com o juiz, que informou não possuir conta no
banco em questão. Ao verificar os dados, foi detectado que o número da
carteira de identidade apresentada por Jesus não coincidia com o da
original. O delegado Islande contou que "a partir desta denúncia
começaram as investigações da Policia Civil".
De
posse das imagens das câmeras de segurança da madeireira foi possível
identificar o responsável pela emissão dos cheques. Segundo o delegado,
quando a polícia chegou até Jesus, ele estava aplicando um novo golpe.
"O (segundo suspeito) Gonçalves era o responsável pelo transporte da
nova carga, que seria levada para a casa da Mércia", disse o delegado.
"Os três foram presos sob os crimes de estelionato, com pena prevista de
1 a 5 anos de reclusão, e uso de documento falsificado, com pena que
varia de 2 a 6 anos".
O
delegado afirmou que ainda há uma quarta pessoa envolvida no caso, um
dos mentores do golpe. "Ele seria o responsável por conseguir os
documentos falsificados. Adilson de Jesus contou que pagava R$ 150 para
essa quarta pessoa pelo 'kit fraude', contendo a carteira de identidade e
10 folhas de cheque falsificadas", disse o delegado. A polícia já
identificou quem seria essa quarta pessoa envolvida, mas ela continua
foragida.
Com
as investigações, foram detectados outros dez casos semelhantes ao do
juiz, que teriam sido realizados pela mesma quadrilha. O prejuízo total
das vítimas ainda não foi levantado, mas o delegado afirmou que o valor
de cada uma das compras realizada pelo grupo girava em torno de R$ 4 mil a R$ 5 mil reais.
Segundo
o delegado, o bando comprava os materiais de acordo com a facilidade de
revenda. "Em outros casos, as pessoas faziam pedidos de materiais
específicos, como peças de carros, por exemplo, já que sabiam que ele
vendia mais barato que o mercado", afirmou. O delegado acrescentou que,
como as pessoas que eles utilizavam o nome eram sempre idôneas, não era
detectado nenhum problema na hora da consulta ao SPC e Serasa.
Dos
três suspeitos apresentados, dois já têm passagem pela polícia. Na
ficha policial de Adilson Jesus constam crimes como furto, formação de
quadrilha, homicídio, falsificação e uso de documentos públicos.
Gonçalves também já foi detido por roubo a mão armada.
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