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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PCMG COMBATE O TRAFICO DE DROGAS NAS REDES SOCIAS EM JUIZ DE FORA

Esquema começou a ser desmantelado após prisão de suspeito no dia 4; drogas eram vendidas em festas noturnas

Por Marcos Araújo
O antigo disque droga, via telefone, ganhou uma versão mais moderna por meio da internet, com as redes sociais sendo utilizadas para o comércio de drogas sintéticas. O esquema em Juiz de Fora foi desmantelado pela 6ª Delegacia Distrital da Polícia Civil após a prisão, no último dia 4, de um suspeito de vender ecstasy pelos computadores. Segundo as investigações, porém, a modalidade teria pelo menos 20 pessoas envolvidas, entre traficantes e usuários. 

O público alvo deste comércio mais sofisticado seriam jovens de classe média e média alta, que são usuários de sites de relacionamentos por meio de Smartphones e frequentadores de festas noturnas. Até agora, duas pessoas foram presas com ligações ao crime e outras quatro foram ouvidas na delegacia. Elas confirmaram ter adquirido substâncias ilícitas através de contatos no Orkut e no Facebook. 

A prisão de um homem, de 36 anos, suspeito de vender ecstasy, no dia 4 de agosto, na Rua Braz Bernardino, Centro, foi determinante para a confirmação desta nova prática criminosa. Com o suspeito, foram apreendidos dez comprimidos de ecstasy e uma porção de maconha. Segundo a polícia, ele foi filmado enquanto tentava negociar, via site de relacionamento, a compra de drogas. Além disso, teria alegado que o plano foi criado como forma de dificultar a ação policial. 

A 6ª Delegacia também tem em mãos outro vídeo, em que um jovem flagrado do lado de fora de uma casa noturna, na Cidade Alta, afirma conhecer o esquema de venda pela internet, além de utilizar-se dele para comprar entorpecente para consumo próprio. Ainda conforme o delegado, a prisão de um homem, 29, na Zona Sudeste, no mês passado, também pode ter ligação com a venda de tóxicos pela internet. Existe a hipótese de que haja uma relação de patrão e empregado entre ele e o suspeito preso na Braz Bernardino. "O grupo se utiliza de perfis verdadeiros ou falsificados para manter o contato", destaca o delegado Carlos Eduardo. Ele aponta que algumas pessoas fazem o repasse de drogas sem a intenção de lucro, mas serão enquadradas no crime de uso compartilhado, aquele em que há o incentivo ao consumo do entorpecente. A investigação também confirma que são comercializados ecstasy e LSD, que são de fácil transporte, muitas vezes presos atrás dos cintos das calças, já que não fazem muito volume e não possuem cheiro. A quantidade transportada também é pequena, sendo o suficiente para as vendas de uma noite. 

Investigação na rede

Diante desta nova modalidade de crime, a polícia também irá adotar novas estratégias para a investigação de tráfico de substâncias ilícitas. "As redes sociais serão consultadas como forma de investigar as contas dessas pessoas e suas redes de relações", afirma o delegado, acrescentando que o diálogo é feito por código, mas que nem por isso deixará de ser monitorado. "Mesmo com a utilização desses artifícios e de fakes (perfis falsos), a polícia tem condições de chegar até a identidade dos autores." O titular da 6ª Delegacia afirma que o indício do crime, muitas vezes, fica armazenado no próprio computador, servindo para a produção de provas. Em função do uso da internet, o tráfico de drogas, aponta o delegado, ganha uma nova dimensão, ultrapassando os limites de Juiz de Fora, alcançando outros estados, em função do volume de relações que são estabelecidas nas redes sociais.

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